Por Pedro Feilke (redação Palco Jurídico)
Na manhã desta terça-feira (5), estiveram reunidos no Palácio Piratini blogueiros do Rio Grande do Sul para uma entrevista coletiva concedida pelo governador Tarso Genro. A pauta da entrevista era livre, sendo destinada a donos de blogs do estado que se inscrevessem dentro do prazo estabelecido.
Os temas foram bem variados, devido também ao fato de que cada blog foca em um assunto diferente, mas podemos já ter uma noção do posicionamento do governo em diversos assuntos polêmicos.
Desde o início da entrevista o governador repetiu o quanto pretende redemocratizar o Estado e as relações entre o Governo e a população, democracia esta não meramente formal, mas representativa de um verdadeiro diálogo no qual as duas partes tenham voz. Tal iniciativa parece ser um dos motes do atual governo e, em que pese ter considerado a coletiva como muito curta e insuficiente para ser chamada de uma verdadeira conexão com a mídia alternativa como chamou Tarso, já é um enorme passo em relação ao governo anterior, que resolvia os assuntos na base da violência institucional.
O governador reafirmou o compromisso que tem em estabelecer uma melhor relação com os movimentos sociais, asseverando que o trabalho feito com o MST já é mostra de tal intenção. Sustentou, quando perguntado a respeito do avanço das grandes monoculturas em detrimento da agricultura familiar, que o Estado continuará tratando com grande prioridade a agricultura desenvolvida de forma familiar.
Em relação à possibilidade de uma reforma agrária no Estado, Tarso disse que é possível fazê-lo em seu mandato, no entanto, alegou que a Constituição Federal não facilita o processo de desapropriação sendo portanto não muito simpática à ideia de reforma agrária, vez que o desapropriado mantém-se no domínio do bem até o final do processo de desapropriação.
Quanto às finanças do Rio Grande do Sul, afirmou que o governo anterior não obteve sucesso na sua política de um suposto déficit zero, uma vez que era uma medida falaciosa, que não resolvia estruturalmente o problema da balança financeira do Estado, somente dava uma falsa impressão de equilíbrio. Para combater a dívida pública, será feito um planejamento de curto, médio e longo prazo, contando com financiamento obtido junto ao BNDES. Em linhas gerais, passou a ideia de sustentabilidade político-financeiro em contrapartida às medidas anti-crise do governo anterior.
Fez também menção ao escândalo do DAER, lembrando que devemos olhar não só para o corrupto, mas também ao corruptor, normalmente com um status financeiro imensamente superior ao servidor público.
Disse o Governador, ainda, estar comprometido com as causas sociais, como o direito da mulher, a luta contra a homofobia e o racismo e os direitos humanos.
Quanto à Copa do Mundo, mostrou-se reticente e cauteloso, sustentando apenas que o processo de regularização urbanística do Morro Santa Tereza será alvo de atenção do Governo, que não pretende transformar a área em objeto de especulação.
Por último, perguntado sobre a criação de um Conselho de Comunicação, Tarso assumiu o compromisso de ter uma proposta formal até o fim do ano.

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