quinta-feira, 7 de abril de 2011

Bensonaro ou Malsonaro?


Diogo Arrais
Fonte: Blog do LFG

DIOGO ARRAIS

Muita gente assistiu ao bem-visto programa CQC da semana passada. No quadro O Povo Quer Saber, houve a participação do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ao ser perguntado sobre o que aconteceria se tivesse um filho homossexual, foram proferidas as seguintes orações:

“Isso nem passa pela minha cabeça. Eles tiveram boa educação. Eu sou um pai presente, então não corro esse risco.”

No mesmo momento, lembrei-me do famoso significado do termo SILOGISMO. Vejamos o que a mais recente versão do dicionário Houaiss traz: raciocínio dedutivo estruturado formalmente a partir de duas proposições (premissas), das quais se obtém por inferência uma terceira (conclusão) [p.ex.: "todos os homens são mortais; os gregos são homens; logo, os gregos são mortais"]


Ele é deputado; acredita em ditadura; logo, deixa para lá!

Veja a outra espécie de silogismo – enviada a Preta Gil:

“Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito BEM-EDUCADOS e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu.”

Acredite! O termo BEM-EDUCADOS possui hífen. É verdade: os prefixos MAL- e BEM- fazem uso do hífen caso o radical da palavra seja iniciado por vogal, h ou letra idêntica à última do prefixo(M ou L).

Podemos, democraticamente, criar nossos silogismos hifenizados:

Ditadores são mal-intencionados; políticos eleitos mal-educados; logo, obras bem-atrasadas.

Uma construção bem-atualizada:

A panicat bem-ajambrada; homens bem-mamados; logo, audiência televisiva bem-aventurada.

E para o novo papel de Wagner Moura em VIPs (plural de sigla não possui apóstrofo):

Um falsário bem-encarado; Amaury Jr. bem-enganado; logo, pose do bem-estar.

É! Muitos silogismos em um país com declarações de tantas conotações. Virgem! Mais uma vez rimou!

Pelo menos um silogismo hifenizado será bem-ampliado e bem-homenageado:

José Alencar sempre bem-maduro; apoiou emotivamente os mal-afortunados; lutou bravamente contra os malcriados; nunca foi à aula dos malsucedidos; logo, eternizou-se na história nacional como um benfeitor que ressignificou a grafia de bem-ordenado.

Deu para perceber quem vive (ops!), ou melhor, como se usa MAL- e BEM-?

Um abraço e até a próxima!


Diogo Arrais
twitter.com/diogoarrais
Apresentador do programa Gramática Fácil da TV LFG
Professor da rede LFG

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